Moleskine

Há cerca de dois anos fui a Lisboa, um pouco contrariado, ao estágio de integração que a Refer promoveu para os trabalhadores recém contratados, fiquei hospedado por duas semanas num hotel, na zona da Gulbenkian. No final do primeiro dia, fui dar uma volta pelas imediações do hotel e deparei-me com uma pequena lojinha de chás e artigos de decoração, onde encontrei os ... caderninhos Moleskine, já tinha ouvido falar destas preciosidades devido aos livros do Sepúlveda, também ele convertido a esse fascínio, comprei uns quantos que distribui pelas pessoas mais próximas.

Fui então oferecendo esses fabulosos cadernos a Amigos, qual não é o meu espanto quando num destes dias estava a ver na Sic a novela (sim eu penitencio-me ... vi uma novela) “Jura” e uma das personagens está a tirar notas num caderno Moleskine, hoje cruzei-me com esta noticia… e li … “toda a gente anda também com cadernos Moleskine. Pelo menos os jornalistas, escritores e artistas.”… só faltou mesmo referirem que os Cromos também já têm Moleskine, não quero deixar os meus fora desta mui ilustre lista.

Os Moleskines têm dois séculos. O seu ponto mais alto esteve na popularidade entre modernos ou modernistas Van Gogh, Matisse e Hemingway. Como explica o folheto que acompanha cada exemplar, este é "o lendário caderno de artistas e intelectuais europeus", que tem albergado "esboços e notas, ideias e emoções" de muitos notáveis. Não são portanto apenas itens vulgares para rabiscar gatafunhos: são um mito. E também (cito de novo) uma "testemunha do nomadismo contemporâneo".

A Moleskine têm também agendas, blocos de notas para jornalistas, blocos de desenho e uma parafernália de cadernos que encantam quem gostas desses adereços. Têm vários formatos e duas cores castanho e preto, tendo neste ano colocado à venda uma agenda num vermelho muito Fashion…

Nunca fui muito dado a preciosismos que causem impacto, mas gosto muito destes caderninhos…Perdoem-me este meu acesso de snobismo.