A Viagem...

quinta-feira, novembro 16, 2006

DASPU.....UMA NOVA GRIFE

Prostitutas cariocas lançam marca de roupas sensuais
O mercado da moda está prestes a ganhar uma grife idealizada e dirigida por estilistas que ganham a vida desfilando nas ruas do Rio de Janeiro – para vender o próprio corpo. São as prostitutas cariocas que, reunidas em associação, passarão a confeccionar e comercializar roupas de festa, figurinos básicos e o que chamam de modelitos de “batalha” – saias, vestidos e blusas ideais para exercer a mais antiga profissão. “Serão roupas insinuantes, sensuais, mas sem vulgaridade. Queremos resgatar a elegância das meninas do passado”, planeia Gabriela Leite, prostituta fora da ativo que dirige a O.N.G. "Davida" que defende os direitos das colegas. A originalidade da idéia já bastaria para chamar a atenção, mas o nome escolhido para a empresa não poderia ser mais polémico. Inspirado na famosa Daslu – baptizada assim por pertencer a duas Lúcias – a nova grife, lançada em Fevereiro, chama-se Daspu, numa referência direta à ocupação das proprietárias. “Não sei se o pessoal da Daslu vai gostar”, ironiza Gabriela. Parte do lucro será utilizada para financiar os projectos da O.N.G. como as actividades de prevenção contra a Sida e a outras doenças.

O objectivo é que as peças da Daspu sejam usadas não só pelas prostitutas,mas pelo público. “Penso em saias curtas, mas não só isso. Também vamos desenhar algumas saias compridas com rachas, algo mais insinuante”, explica Gabriela. Roupas transparentes, nem pensar. “Isso é coisa de travesti”, descarta ela. O primeiro trabalho experimental foi o desenho para o bloco carnavalesco Prazeres Davida, que começou a ensaiar para o Carnaval na última semana.Estão envolvidas directamente na empreitada 22 prostitutas e o capital inicial foi emprestado pela própria O.N.G. com a venda das roupas, o dinheiro será restituído.A esperança é que a quantia apurada traga alívio para a instituição, nestes tempos de poucos patrocinadores. “Não fazemos muito sucesso nessa tal de responsabilidade social. Qual empresa gostaria de associar seu nome a prostitutas?”, lamenta Gabriela. Ela estima que a média de ganho de uma prostituta que trabalha na rua é de 1 mil R$ mensais. Mas há as que ganham para pagar somente o almoço e o jantar. Por isso, a O.N.G. tem como uma de suas bandeiras a defesa do projecto de lei que equipará a prostituição a outras profissões, com os mesmos direitos trabalhistas. A directora da associação reconhece que as chances de aprovação no Congresso não são grandes.


In “http://www.terra.com.br/istoe/1885/comportamento/1885_daspu.htm

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