Futebol é uma das minhas paixões, como tal surgiu à bem pouco tempo em conversa com um amigo sobre este assunto, o tema jogadores que podiam ter sido mas não foram… e o primeiro nome que me veio à cabeça foi o Dani…
Daniel da Cruz Carvalho "Dani”
Entre o aparecimento de Figo e de Quaresma e Cristiano Ronaldo, o Sporting “produziu” uma outra “Estrela” da bola, que pouco luziu. Dizem uns que por falta de vontade, outros que não precisava do Futebol para sobreviver e outros por falta de acompanhamento. Talvez um pouco de todas, mas a principal razão terá sido outra, isto claro na minha opinião, Dani não gostava do mundo do mundo da bola, o futebol é que tinha que gostar dele.
Desde criança até a idade adulta ele teve oportunidades que poucos tiveram para chegar muito longe, Mas quando o jogo lhe exigiu sacrifício e espírito de entrega, não teve o retorno esperado, foram namoros mediáticos, escândalos com bebida e … muitas … mulheres e noitadas, o Dani preferia ser livre e viver como se não houvesse amanhã, recentemente li numa entrevista que deu a uma revista masculina que aproveitou todos os momentos que a sua carreira lhe proporcionou, mas não foram desportivamente aproveitados, e nós que gostamos de futebol aproveitámos o que o Dani nos deu???
Dani encantou a minha geração, era o atleta que todos queríamos copiar, lembro com alguma nostalgia um treino com os meus colegas de equipa, treinar-mos um livre que ele e outro (Bruno Caíres) inventaram num celebre jogo de apuramento 3º e 4º lugares no campeonato do mundo de sub-20 no Qatar, em que simulam um desentendimento e com isto Dani cruza para um golaço de cabeça do Nuno Gomes.Era um Jogador de fino recorte, com imensos recursos técnicos e dono de uma visão de jogo, passe e remate fantástico, Dani foi um médio ofensivo de grande talento que passeou nalgumas das melhores equipas europeias, entre 94 e 2003, numa carreira que durou menos do que devia, que não foi nem metade do que poderia ter sido e que se esperava que fosse. Somou imensas internacionalizações por Portugal, desde as selecções jovens à principal.
Paulo Futre foi quem sintetizou melhor, quem foi e qual a relação de Dani com o futebol: “O Dani, com o potencial que tinha, não atingiu sequer 50 por cento daquilo que seria capaz”. O futebol para o Dani era um 'hobby', não o amava, é preciso Adorar o jogo, eu digo a todos os que jogam ou jogaram, que se deve treinar como se joga, para que todos os sacrifícios que envolvem jogar não sejam encarados como tal.
Há cerca de 5 anos, Luís Figo convidou-o a participar num jogo de beneficência anual que costuma organizar, juntamente com a sua fundação, ao lado de outras estrelas do futebol mundial. Entrou na segunda parte e marcou dois golos, mostrou que conservava intactas as qualidades que fizeram dele, um dos melhores jogadores jovens do mundo e deixou a certeza que podia ter sido grande, enorme…